20 maio, 2008

Kumon



Uma das saudades que eu tenho hoje, antes, achava que não sentiria falta alguma.
Em Outubro de 99 minha mão inventou de me colocar no Kumon (Ensino individualizado de Matemática). Minha irmã já estava fazendo à um ano e tinha tido bastante progresso.
Eu aceitei, afinal, matemática nunca foi minha praia.
Lembro de ter começado no Estágio A. Começava no 3A, 2A, 1A, A, B e ia até o O.
No estágio A, você começava com contas simples, bemmm simples, 4+5, 7+2 e aí ia passando para somas com número maiores. Não que eu não soubesse fazer contas, afinal estava na 8˚ série, mas isso te ajuda a não contar com os dedos e na aula se você contava, ai ai, era bronca na certa. No começo eu conseguir fazer 20 folhas por dia por que era fácil demais. Então o esquema era assim. Tinha duas aulas por semana. Você chegava na aula, entregava sua lição de casa e tinha que fazer a lição da aula, terminada a lição da aula, você tinha que corrigir o que você errou da lição de casa, terminada a correção da lição de casa, você tinha que corrigir alguma erro da lição de classe e se acontecesse, você teria que corrigir a correção das lições, e assim por diante. Depois de tudo feito e corrigido, você tinha que ir até uma mesa, onde tinham dois tabuleiros, o primeiro, contendo números de 1 a 50 e o outro 1 a 100, aí tinham moedinhas com os números todas embaralhadas, e você tinha que colocar uma por uma em seus respectivos números. Fácil? É, na teoria sim, mas você tinha que cronometrar quanto tempo você demorava. Nos primeiros dias, você vai no tabuleiro de 1 a 50, se você completar em menos de 1 min, você já passa para o tabuleiro de 1-100, e aí toda aula você ia anotando seu tempo. Aí tinha fichinhas para você treinar a tabuada, que eram, sem falta, tomada de você. Tudo isso para que? Agilizar seu raciocínio.
Ai, no final da aula, você passava com a professora, para ela ver o seu rendimento nas lições de casa e te passar mais lição de casa. Sim, todos os dias tinha lição de casa, não importava se eram ferias ou feriados. Lembro de dias de juréia e eu e minha irmã fazendo kumon. Mas era batata, seeeempre atrasávamos tudo. E na ultima semana, antes de voltar, fazíamos tuuuuudo. E como, em cada bloco de lição, precisávamos colocar o horário de começo e termino, semmmmpre inventávamos o horário :o)
Cada estágio é composto por 200 folhas, então, entre ainda e vindas, você repete (se preciso) três vezes o estágio.
Não lembro muito bem, mas acho que no estágio E tinha um problemas desumanos, eu ficava horas e horas tentando entender e fazer.
Ai, quando você começa a avançar nos estágios, o numero de folhas cai de 20 para 2, nos últimos estágios da pra demoras 40 min em 2 folhas frente e verso.
Consegui ir até o L, faltava o M, N e O. Tive que sair por que ia começar estagio e não ia mais dar tempo de frequentar as aulas. E também por que eu estava cansada do kumon.
Teve um dia, que passei o dia inteiro tentando resolver um exercício e não consegui de jeito nenhum. Fui dormir e sonhei com a resolução do exercício. Acordei com papel e lápis na mão. Coisa de doido?
Com o Kumon, aprendi a não contar mais no dedo, meu raciocínio para contas no papel e na mente ficou muuuuito rápido, comecei a gostar de matemática e se pudesse não teria parado. Hoje, me arrependo de ter parado e com certeza voltaria. Mas agora, com essa minha mente enferrujada, capaz de eu voltar no 3A.

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